sexta-feira, 9 de novembro de 2012

JURAMENTO DE UMA BRUXA


O CAMINHO DA MINHA ALMA



Que eu seja como a que tece o pano

na floresta, profundamente escondida.

Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.

Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício.


Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa

celebrar os quartos em cruz,

solstícios e equinócios.

Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no

céu luminoso.

Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos.

Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma,

para viver em abundancia.

Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.

Que sejamos inocentes e despretensiosos.

Que eu seja capaz de gratidão. Que eu saiba

ter recebido a alegria, como o leite materno.

Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.

Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor,

em canções que soem como o aroma do alecrim,

como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha.

Que eu não me incline a auto-integridade e a auto-piedade.

Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra, como raposa ou mariposa,

e não perturbar o lugar mais que isso.

Que meu olhar seja direto e minha mão firme.

Que minha porta se abra àqueles que habitam

fora da riqueza, da fama e do privilégio.

Que os que jamais andaram descalços não encontrem o

caminho que chega a minha porta.

Que se percam na jornada labiríntica.

Que eles voltem.

Que eu me sente ao lado do fogo no inverno

e veja as chamas brilhando para o que vier,

e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar,

sem que me peçam.

Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.

Que o lugar onde habito seja como uma floresta.

Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços

e árvores e flores, animais e pássaros,

todos conhecidos e por mim reverenciados com amor.

Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento,

ou o orgulhoso crescer das árvores.

Por isso, eu jogo fora a minha roupa.

Que eu possa conservar a fé, sempre!

Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.

Que eu saiba que não tenho opção, e assim mesmo

escolha como a cantiga é feita, em alegria e e com amor.

Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo.

Quando falhar, que eu me conceda o perdão.

Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

(Rae Beth)

(Extraído da página do Facebook, Simplesmente Wicca).



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